Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

31 de julho de 2011

Ritual da Gira de Trabalho

Há dois tipos de sessões ou giras: de desenvolvimento e de trabalho ou caridade. As giras de trabalho são sessões públicas, onde os guias incorporam nos médiuns para atender ao público.
Quando você entra num terreiro de Umbanda, você estará pisando num local sagrado, num templo, e cheio de energias, portanto, a primeira coisa que se deve fazer é praticar o silêncio e a meditação. Lembre-se também que num terreiro muitas energias são usadas, portanto, evite o excesso de metais no corpo (colares, pulseiras, relógios).
As giras podem variar de terreiro pra terreiro, sendo que cada terreiro determina os dias e o horário, mas em geral podemos padronizar as giras da seguinte forma:
Proteger os trabalhos  – antes de começar (abrir) a gira são cantados pontos para os exus, a fim de que estes entrem no terreiro (não há incorporação nessa parte) e retirem todos os pontos negativos, inclusive retirando os kiumbas (espíritos não doutrinados para trabalhar e ajudar) e protegendo a porta (porteira) do terreiro, para que os médiuns não incorporem estes espíritos que, muitas vezes, querem se fazer passar por uma entidade.
Defumação – Antes da abertura vem a defumação. A defumação é feita nos quatro cantos do terreiro, no congá, na guia da Mãe/Pai de santo, passando pelos mesmos, daí segue a corrente: Médiuns, fiscais e auxiliares, assistência.
Abertura da gira  – Começa com o ponto cantado de Abertura de Gira e são feitas as saudações a Oxalá e a todos os santos. Em alguns centros é cantado o hino da Umbanda. Depois da saudação são puxados os pontos de cada Orixá e entidade, sendo que o primeiro ponto é de Oxalá. Todos os médiuns acompanham com palmas em seus lugares na corrente que se formou.
A Oração – Quando todos foram saudados, então é feita a prece que oficializará a abertura dos trabalhos. Essa prece é feita com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria seguida de um pronunciamento de fé do Pai ou Mãe de Santo. No momento da oração, todos devem estar ajoelhados e nenhum atabaque toca. O silêncio e a concentração na hora da oração é imprescindível.
Bater cabeça – Esse é o ato de submissão em que nos abaixamos diante de Jesus e todos os Orixás, pedindo sua proteção. O médium se abaixa e toca suavemente a testa no chão, mostrando respeito pela terra que toca e sendo humilde ao se abaixar diante de Deus.
Em primeiro lugar bate cabeça no congá, depois nos quatro cantos, em seguida para os pais de santo, depois pai e mãe pequeno do terreiro, seguido dos ogans e depois para os cambones. O ponto de bater cabeça é tocado, porém existe um ponto especifico para a Mãe/Pai de santo e outro para os demais. 
Após o ato de bater cabeça, todos estão prontos para receber os Orixás.
Os trabalhos (a incorporação, passes, consultas) – São chamadas as linhas que virão para trabalhar nesse dia. Essa é, sem dúvida, a parte mais longa da gira. Se for dia de homenagem a algum Orixá, a homenagem será antes dos passes e das consultas.
O Fechamento – Após o atendimento, é feito o fechamento com uma oração (Pai-Nosso e Ave Maria e um pronunciamento de fé sobre o trabalho) que oficializará o fechamento dos trabalhos e da corrente. Após a oração é cantado um ponto de fechamento de giras (trabalhos). Assim é dado os trabalhos por encerrado nesse dia.