Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

19 de maio de 2011

A ingratidão com a espiritualidade

“Se você quer trabalhar fazendo a caridade, então você precisa estar preparado para lidar com a ingratidão" - disse a querida Vó Luiza.
Quem tem sob sua responsabilidade outras vidas, ou seja, o Sacerdote, Pai espiritual, Madrinha, Dirigente, sabe muito bem o que essa frase representa, sabe muito bem o que é sentir e vivenciar a ingratidão, afinal, o respeito, o carinho, o amor e a admiração duram até o pronunciamento do primeiro NÃO. Simples, não?!? É só dizer NÃO que se perde o valor e a admiração, e o Pai ou Mãe de Santo ‘já não presta mais’; aliás, esse é um excelente teste de respeito e amor que pode ser feito em qualquer situação: no convívio familiar, no trabalho, antes de formar uma sociedade, no relacionamento amoroso, etc., é só dizer NÃO a uma pessoa ou situação e aguardar o resultado: simplesmente esta pessoa, ou pessoas, viram as costas.
O mimo, o vitimismo, o egocentrismo, a prepotência e, porque não dizer, a infantilidade, estão tão enraizados no íntimo de alguns seres humanos que o reflexo ao NÃO é quase que imediato, mesmo que ainda inconsciente ou sutil. Mas, o pior é que esse reflexo, muitas vezes, é tão agressivo, é tão evidente e tão expressivo que acaba contaminando pessoas próximas, acarretando a ‘saída’ em massa de médiuns de um Terreiro. É a ingratidão coletiva! É triste ver isso acontecer! Mais triste ainda é ver todo um trabalho espiritual, toda uma ação divina que estava atuando na vida do médium e dos médiuns ser agressivamente rompida pelo egocentrismo humano.

É perceber a tristeza das Entidades Espirituais que acompanham aqueles médiuns quando tomam uma atitude dessa. Afinal, nós temos o livre arbítrio, nós podemos ir e vir, mas muitas Entidades não. Muitas vezes, elas ficam entregues aos caprichos dos médiuns, pois têm como missão acompanhá-los por todas suas passagens nesse plano. E ai? Será que é muito difícil para os médiuns pensarem nas Entidades que o acompanham nesse momento? Será que é muito difícil pensar em algo maior, em algo que vai além do próprio umbigo?
É preciso sair do egocentrismo e saber que uma atitude pode influenciar muitas coisas, pessoas e espíritos. É importante pensar em um TODO, pensar na capacidade e não no desejo pessoal. E é alicerçado nesse pensamento que, muitas vezes, um Pai (e aí pode ser pai de santo, pai carnal ou pai espiritual) diz NÃO a um filho. Pena que esse filho está ainda tão acostumado com mimos e ainda tão preocupado com seu desejo pessoal que acaba perdendo a grande oportunidade de sua vida em aprender, crescer e provar que já é capaz de pensar no TODO, pensar nos outros e na causa maior - que é sua missão, a caridade.
E aproveitando a "inspiração", cito duas frases, uma de Pinot Duclos, que diz: “A ingratidão consiste em esquecer, desconhecer ou reconhecer mal os benefícios, e se origina da insensibilidade, do orgulho ou do interesse.” A outra é de Maria Padilha: “Só nos é permitida a evolução quando nos tornamos capacitados e responsáveis pelos nossos atos". Portanto, saber OUVIR NÃO é uma grande oportunidade de provar respeito, carinho, amor, e, principalmente, provar que se cresceu como ser humano e como ser espiritual, que consegue pensar em todos, em possibilidades, em determinação, em persistência e humildade.
E o que é ouvir um não? Um NÃO pode ser de diversas formas, não a palavra propriamente proferida. Um NÃO é dito quando a pessoa escuta o que não quer ou não gosta, quando é chamado a sua atenção diante de vícios, comportamentos perigosos e inadequados, ou mesmo um alerta para se cuidar, quando ouve "umas verdades" que doem porque mostra seus erros.
Então, aceitar um “NÃO” é sair do desejo pessoal e entrar no mais importante estágio de evolução. Saiba que os grandes líderes só se tornaram “grandes” e “líderes” depois de terem ouvido muitos NÃOS e de terem refletido sobre eles e se reformulado como pessoas.


Estudo sobre a ingratidão - Bezerra de Menezes
Denomina-se ingratidão a ausência de um sentimento positivo e harmonizador ao não reconhecer o bem que outrem nos proporcionou por emoções de baixo teor vibratório típicas do ser ingrato. A ingratidão frequentemente se apresenta seguida por atitudes não elevadas por parte do indivíduo ingrato.
Emoções Associadas à Ingratidão:
Raiva - não é raro a ocorrência de uma sensação de raiva em relação àquele que prestou auxílio. O beneficiado se considera humilhado devido à sua natureza orgulhosa.
Inveja - sentimento que direciona contra o seu benfeitor. O indivíduo auxiliado sente um misto de tristeza e rancor por não possuir o bem ou a qualidade ética daquele que o orientou. Muitas vezes, há precipitação do benfeitor que não aguardou o momento oportuno no amadurecimento do seu assistido. Como disse Jesus: "Não atirai pérolas aos porcos para que eles não as pisem com os pés".
Compreensão Fluídico-energética da Ingratidão:A ingratidão caracteriza-se por emanações energéticas de baixa frequência e ondas longas (grande comprimento ondulatório). Estas ondas produzem cores escuras e opacas, portanto, destituídas de brilho e luminosidade.
Consequências do Sentimento de Ingratidão:Ao se deixar envolver pelo sentimento de ingratidão, o indivíduo estabelece sintonia, no plano extrafísico, com energias da mesma frequência. Em razão deste fato, amplia seus contatos com esferas espirituais de baixo teor vibratório. Passa, ao se deter nesta postura ingrata, a se distanciar da luminosidade dos Espíritos protetores e a se identificar com a frequência vibratória de entidades sofredoras, as quais intercambiam energias deste nível de pensamentos e emoções.
Consequência da Ingratidão sobre o Benfeitor:
Quando o benfeitor compreende, ele perdoa. Neste caso, cresce espiritualmente ao exercitar o entendimento e a humanidade.
Perdoando o ingrato, atrai para si maior simpatia e amor dos Espíritos de luz (e dos protetores do ingrato), sintonizando sua mente em faixas superiores.

Quando o benfeitor se magoa e sofre: passa, nesse caso, a entrar em sintonia com as ondas de tristeza e mágoa que ampliam seu sofrimento. Há uma queda de nível vibratório que fragiliza o benfeitor, tornando-o, portanto, suscetível a Espíritos sofredores.
Quando o benfeitor reage e revida contra o ingrato: passa a entrar na mesma frequência vibratória do ingrato, torna-se igual a ele e assimila a ação dos obsessores espirituais. Pode, neste caso, enfermar-se física ou psiquicamente.
Consequência da Ingratidão sobre o Próprio Ingrato:A imaturidade espiritual é o que caracteriza o ingrato. Desta forma, como todo ser imaturo, necessita amadurecer pela experiência.
Amadurecimento pela reflexão (esclarecimento):
No plano espiritual: sob a orientação dos espíritos maiores, poderá rever sua postura, modificando-se parcial ou integralmente;

Nas próximas existências: além do esforço desenvolvido no sentido de corrigir-se durante o período de erraticidade no plano espiritual, passará a exercitar nas próximas encarnações o sentimento de gratidão em novas oportunidades de esclarecimento e reflexão.
Amadurecimento pela dor: no plano espiritual e nas próximas encarnações. O amadurecimento pela dor só se faz necessário quando o ingrato não amadurece pelo esclarecimento ou reflexão e não aceita as oportunidades de trabalho regenerativo que lhe são oferecidas. A dor não é imposta pelos espíritos superiores (muito menos por Deus), mas é consequência automática da Lei de Ação e Reação.
Ao nos afastarmos da Lei de Harmonia Universal, portanto de Deus, criamos situações de sofrimento. Desta maneira, não faz sentido responsabilizarmos Deus ou os outros pelos nossos sofrimentos.
"Sabei que se aquele a quem prestais serviço esquece o benefício, Deus vo-lo terá mais em conta do que se já tivésseis sido recompensado pela gratidão do vosso favorecido" (Bezerra de Menezes).