Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

22 de abril de 2011

Ensinamentos no sono

Poucos conseguem romper as teias inferiores das mais baixas sensações fisiológicas para assimilarem as lições do plano espiritual durante o sono. O homem eterno guarda a lembrança completa e conservará consigo todos os ensinamentos, intensificando-os e valorizando-os, de acordo com o estado evolutivo que lhe é próprio. 
O homem físico, entretanto, escravo de limitações necessárias, não pode ir tão longe. O cérebro de carne, pelas injunções da luta a que o Espírito foi chamado a viver, é aparelho de potencial reduzido, dependendo muito da iluminação de seu detentor, no que se refere à fixação de determinadas bênçãos divinas. Desse modo, o arquivo de semelhantes reminiscências, no livro temporário das células cerebrais, é muito diferente nos discípulos entre si, variando de alma para alma. Entretanto, na memória de todos os irmãos de boa vontade, permanecerá, de qualquer modo, o benefício, ainda mesmo que eles, no período de vigília (acordado), não consigam positivar a origem. Isto é, não consigam identificar a origem dos ensinamentos. 
Em despertando, na Crosta, depois das aulas recebidas durante o sono, os aprendizes experimentam alívio, repouso e esperança, a par da aquisição de novos valores educativos. É certo que não podem reviver os pormenores, mas guardarão a essência, sentindo-se revigorados, de inexplicável maneira para eles, não só a retomar a luta diária no corpo físico, mas também a beneficiar o próximo e combater, com êxito, as próprias imperfeições. 
Seus pensamentos tornam-se mais claros, os sentimentos mais elevados e as preces mais respeitosas e produtivas, enriquecendo-se-lhes as observações e trabalhos de cada dia. 
Enquanto o corpo repousa, o Espírito se desprende dos laços materiais, fica mais livre e pode mais facilmente ver os outros Espíritos, entrando com eles em comunicação. O sonho não é senão a recordação desse estado. Quando de nada nos lembramos, diz-se que não sonhamos, mas, nem por isso a alma deixou de ver e de gozar da sua liberdade. 
Não nos lembramos de todos os sonhos porque nisso que chamas sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está sempre em movimento. No sono ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros, seja neste ou noutro mundo. Mas, como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito durante o sono, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo. 
Algumas considerações:
No estado de vigília (acordado): as percepções se fazem com o concurso dos órgãos físicos; os estímulos exteriores são selecionados pelos sentidos; são transmitidos ao cérebro pelas vias nervosas; no cérebro físico, são gravados para serem reproduzidos pela memória biológica a cada evocação. 
Quando dormimos: cessam as atividades físicas, motoras e sensoriais; o Espírito liberto age e sua memória perispiritual registra os fatos sem que estes cheguem ao cérebro físico; tudo é percebido diretamente pelo Espírito; excepcionalmente, por via retrógrada, as percepções da alma poderão repercutir no cérebro físico; quando lembramos, dizemos que sonhamos.

A análise dos sonhos pode nos trazer informações valiosas para nosso auto-descobrimento. Contudo, devemos nos precaver contra as interpretações pelas imagens e lembranças esparsas. Há sempre um forte conteúdo simbólico em nossas percepções psíquicas que, normalmente nos chegam acompanhadas de emoções e sentimentos.
Se, ao despertarmos, nos sentirmos envolvidos por emoções boas, agradáveis, vivenciamos uma experiência positiva durante o sono físico. Ao contrário, se as emoções são negativas, nos vinculamos certamente a situações e Espíritos inferiores.
Daí a necessidade de adequarmos nossas vidas aos preceitos espíritas, vivenciando o amor, o perdão, a abnegação, habituando-nos à prece, à meditação antes de dormir, para nos ligarmos a valores bons e sintonia superior. Assim, teremos um sono reparador e sonhos construtivos.